A copa do mundo foi nossa, sim!
Por Leonardo Lemes
Bilhões de pessoas no mundo inteiro viram o nosso maior cartão postal, com as cores da campeã Alemanha. Será que não era melhor ter construído hospitais e escolas do que o Cristo Redentor?
Que a Copa do Mundo de 2014 foi histórica, todos sabem.
Felizmente pude acompanhar a grande maioria dos jogos e o nível técnico
apresentado foi sensacional. Inovações táticas, craques, seleções surpresas e
estádios lotados em todos os jogos. Mas vou falar sobre futebol apenas até
aqui, pois o que desejo externar é o meu sentimento com relação ao evento Copa
do Mundo, que recebeu faz tempo o título de “maior espetáculo da Terra”.
Recordo-me bem quando foi disputada a Copa de 2010, na
África do Sul. Pude acompanhar muitos jogos daquela copa, e os comentários que
vinham do país mais austral do continente africano versavam sobre os atrasos
nas obras e que os estádios virariam “elefantes brancos” pois eram enormes e o
futebol não é um esporte popular por lá. Quando acabou a copa de 2010, sabíamos
todos nós brasileiros que o próximo torneio seria aqui no Brasil. No entanto,
faltavam apenas 4 anos, mas parecia tão longe.
O ano de 2013 chegou e em junho as ruas do Brasil foram
tomadas por protestos. O estopim foi o aumento da passagem. Logo surgiram outras
demandas como a corrupção e os gastos excessivos com a construção dos estádios
para a Copa, que estava a um ano de ocorrer. O movimento #naovaitercopa surgiu
com força. Na Copa das Confederações, ocorrida ainda em 2013 com a vitória do
Brasil, os protestos foram contundentes e o temor começou a tomar conta da
sociedade no que tange à segurança da população na época da copa em 2014.
Veículos de imprensa aqui do Brasil divulgavam atos de
vandalismo e a imprensa internacional começou a temer pela realização da copa.
Ao contrário de muitos, sempre fui otimista com relação à realização do mundial
de futebol aqui no Brasil. É fácil falar agora após a imprensa internacional
escolher a “Copa das Copas” como a maior de todos os tempos. É óbvio que fui
muito criticado pelas pessoas ao meu redor. Diziam: “O Brasil tem que investir
em escolas e hospitais” ou “Brasileiro é mal-educado, vai haver protestos,
roubos, arrastões..” E alguns setores da imprensa? Diziam: “Risco de surto de
dengue é alto” ou “Prepare-se para o caos nos aeroportos”. O pessimismo era
quase geral.
O torcedor chorou pela seleção, mas deve comemorar fora de campo; a Copa foi um sucesso.
A copa chegou e eu, como brasileiro, torci muito pela nossa
seleção. Óbvio que sofri com a humilhação da derrota para a Alemanha, mas a
minha torcida não foi apenas pela seleção. Torci muito, mas muito mesmo, para
que o Brasil organizasse uma brilhante Copa. Para provar para algumas pessoas,
que sim, temos condições de sermos protagonistas no cenário internacional.
Chega de ser coadjuvante. O Brasil é o país de todas as etnias e religiões, rico
culturalmente e economicamente (7º economia do mundo) temos material humano e
qualidade para organizar qualquer evento de grande porte.
A Copa foi muitíssimo bem organizada. A FIFA, a imprensa
internacional, os jogadores e comissões técnicas elogiam a todo o momento a
organização da Copa. Obras de estrutura viária ficaram como legado para a população. Fiquei muito feliz e até emocionado com a comprovação
dessa capacidade – da qual nunca duvidei – que o brasileiro demonstrou. Repito
em letras garrafais para quem ainda não percebeu: A COPA FOI UM ESTRONDOSO
SUCESSO! E os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, também será um evento
fantástico. Aliás, por falar nisso, cadê os protestos contra as Olimpíadas? Vão
deixar para protestar na véspera quando não há nada mais para fazer, apenas
pelo gosto de tentar estragar a festa? Uma festa que é nossa, de todo o povo
brasileiro.
A seleção brasileira de futebol perdeu. O Brasil ganhou.
Sobre as vaias e xingamentos à presidente Dilma Rousseff,
fato que considero único a ser lamentado, sou capaz até de aceitar a vaia,
embora discorde peremptoriamente. Agora, xingamentos? É algo que chega a ser
triste. Crianças estavam no estádio, crianças assistiam na TV e presenciaram
essa demonstração explícita de falta de educação e civismo. Para os que não
gostam da presidente Dilma, uma coisa tenho a dizer, a urna é o local para “vaiá-la”.
Não sei vocês, mas educarei meu filho a respeitar as autoridades - ainda mais a
autoridade máxima desse país - para que ele saiba viver em sociedade e ser um verdadeiro
cidadão. Mesmo discordando, o respeito
é fundamental.
Por Leonardo Lemes
Parabéns pela lucidez, Leonardo!
ResponderExcluir"...não era melhor ter construído hospitais e escolas do que o Cristo Redentor?" Gostei, um tapa com luva de pelica no rosto dos coxinheitors!
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