segunda-feira, 14 de julho de 2014

Crônica de Leonardo Lemes sobre a Copa do Mundo 2014

A copa do mundo foi nossa, sim!
Por Leonardo Lemes


Bilhões de pessoas no mundo inteiro viram o nosso maior cartão postal, com as cores da campeã Alemanha. Será que não era melhor ter construído hospitais e escolas do que o Cristo Redentor?

Que a Copa do Mundo de 2014 foi histórica, todos sabem. Felizmente pude acompanhar a grande maioria dos jogos e o nível técnico apresentado foi sensacional. Inovações táticas, craques, seleções surpresas e estádios lotados em todos os jogos. Mas vou falar sobre futebol apenas até aqui, pois o que desejo externar é o meu sentimento com relação ao evento Copa do Mundo, que recebeu faz tempo o título de “maior espetáculo da Terra”.

Recordo-me bem quando foi disputada a Copa de 2010, na África do Sul. Pude acompanhar muitos jogos daquela copa, e os comentários que vinham do país mais austral do continente africano versavam sobre os atrasos nas obras e que os estádios virariam “elefantes brancos” pois eram enormes e o futebol não é um esporte popular por lá. Quando acabou a copa de 2010, sabíamos todos nós brasileiros que o próximo torneio seria aqui no Brasil. No entanto, faltavam apenas 4 anos, mas parecia tão longe.

O ano de 2013 chegou e em junho as ruas do Brasil foram tomadas por protestos. O estopim foi o aumento da passagem. Logo surgiram outras demandas como a corrupção e os gastos excessivos com a construção dos estádios para a Copa, que estava a um ano de ocorrer. O movimento #naovaitercopa surgiu com força. Na Copa das Confederações, ocorrida ainda em 2013 com a vitória do Brasil, os protestos foram contundentes e o temor começou a tomar conta da sociedade no que tange à segurança da população na época da copa em 2014.

Veículos de imprensa aqui do Brasil divulgavam atos de vandalismo e a imprensa internacional começou a temer pela realização da copa. Ao contrário de muitos, sempre fui otimista com relação à realização do mundial de futebol aqui no Brasil. É fácil falar agora após a imprensa internacional escolher a “Copa das Copas” como a maior de todos os tempos. É óbvio que fui muito criticado pelas pessoas ao meu redor. Diziam: “O Brasil tem que investir em escolas e hospitais” ou “Brasileiro é mal-educado, vai haver protestos, roubos, arrastões..” E alguns setores da imprensa? Diziam: “Risco de surto de dengue é alto” ou “Prepare-se para o caos nos aeroportos”. O pessimismo era quase geral.
O torcedor chorou pela seleção, mas deve comemorar fora de campo; a Copa foi um sucesso.

A copa chegou e eu, como brasileiro, torci muito pela nossa seleção. Óbvio que sofri com a humilhação da derrota para a Alemanha, mas a minha torcida não foi apenas pela seleção. Torci muito, mas muito mesmo, para que o Brasil organizasse uma brilhante Copa. Para provar para algumas pessoas, que sim, temos condições de sermos protagonistas no cenário internacional. Chega de ser coadjuvante. O Brasil é o país de todas as etnias e religiões, rico culturalmente e economicamente (7º economia do mundo) temos material humano e qualidade para organizar qualquer evento de grande porte.

A Copa foi muitíssimo bem organizada. A FIFA, a imprensa internacional, os jogadores e comissões técnicas elogiam a todo o momento a organização da Copa. Obras de estrutura viária ficaram como legado para a população. Fiquei muito feliz e até emocionado com a comprovação dessa capacidade – da qual nunca duvidei – que o brasileiro demonstrou. Repito em letras garrafais para quem ainda não percebeu: A COPA FOI UM ESTRONDOSO SUCESSO! E os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, também será um evento fantástico. Aliás, por falar nisso, cadê os protestos contra as Olimpíadas? Vão deixar para protestar na véspera quando não há nada mais para fazer, apenas pelo gosto de tentar estragar a festa? Uma festa que é nossa, de todo o povo brasileiro.


A seleção brasileira de futebol perdeu. O Brasil ganhou.

Sobre as vaias e xingamentos à presidente Dilma Rousseff, fato que considero único a ser lamentado, sou capaz até de aceitar a vaia, embora discorde peremptoriamente. Agora, xingamentos? É algo que chega a ser triste. Crianças estavam no estádio, crianças assistiam na TV e presenciaram essa demonstração explícita de falta de educação e civismo. Para os que não gostam da presidente Dilma, uma coisa tenho a dizer, a urna é o local para “vaiá-la”. Não sei vocês, mas educarei meu filho a respeitar as autoridades - ainda mais a autoridade máxima desse país - para que ele saiba viver em sociedade e ser um verdadeiro cidadão. Mesmo discordando, o respeito é fundamental.

Por Leonardo Lemes

2 comentários:

  1. "...não era melhor ter construído hospitais e escolas do que o Cristo Redentor?" Gostei, um tapa com luva de pelica no rosto dos coxinheitors!

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