segunda-feira, 10 de março de 2014

Crise na Ucrânia ameaça parceria de R$ 1 bilhão com o Brasil para lançamento de foguetes

Crise na Ucrânia ameaça parceria de R$ 1 bilhão com o Brasil para lançamento de foguetes

Globalização


A crise na Ucrânia ameaça a parceria com o Brasil para lançar foguetes a partir da base de Alcântara, no Maranhão. O Cyclone 4, projetado por empresas ucranianas, corre o risco de não decolar. Se isso ocorrer, será desperdiçado cerca de R$ 1 bilhão, valor já investido pelos dois países no projeto, que pretende explorar serviços comerciais de lançamento de satélites.
A última previsão de lançamento era para o início de 2015, quando o Brasil sinalizaria ao mundo sua entrada no bilionário segmento de satélites e reabilitaria a base de lançamento de Alcântara, cuja imagem foi prejudicada pela explosão que destruiu o foguete brasileiro VLS-1 V03, em 2003. A princípio, o governo mantém o otimismo, mas já admite mudanças no calendário, dilatando prazos e prevendo novos atrasos diante da tensão militar no Leste Europeu:
— O acordo assinado entre o Brasil e a Ucrânia para a construção do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e do Veículo Lançador Cyclone 4 prossegue normalmente. O cronograma estabelecido prevê o primeiro lançamento do foguete no final de 2015, podendo sofrer pequena variação ­— informa o brigadeiro Wagner Santilli, da Alcântara Cyclone Space (ACS).
O clima, porém, é de apreensão. No governo, há um jogo de empurra. A Agência Espacial Brasileira (AEB), que tem uma previsão orçamentária de R$ 300 milhões para investir no projeto, não quis se pronunciar. Nos bastidores, comenta-se que não há o que fazer, a não ser acompanhar a evolução do cenário na Ucrânia. Ou seja, o futuro do projeto é incerto.
A ACS é uma joint venture binacional criada em 2006. Pelo acordo, o Brasil forneceria as instalações de Alcântara e, a Ucrânia, o foguete. A ACS é responsável pela criação do Centro de Lançamento de Alcântara, cujas obras estão 40% concluídas.
A situação da Ucrânia, contudo, só agravou ainda mais o arrastado projeto, fechado no início do primeiro mandato de Lula. À época da aprovação do acordo, em julho de 2003, a previsão era lançar o foguete em 2006. O acidente em Alcântara, ocorrido um mês depois, em agosto de 2003, adiou os planos. Em uma nova projeção, o então presidente Lula contava com o lançamento do foguete em 2010, no final do seu segundo mandato.
Atrasos de repasses prejudicam projeto
Desde que foi assinada e aprovada no Congresso, em 2003, a parceria com a Ucrânia sofre com o atraso nos repasses de recursos.
A situação começou a melhorar em 2011, já no governo Dilma Rousseff, a partir da visita ao Brasil do então presidente Viktor Yanukovich, deposto no último dia 22 pelo parlamento, em meio a uma crise envolvendo a Rússia e a União Europeia. À época, os repasses foram regularizados, e o desenvolvimento do foguete — que se encontra 78% pronto — acelerado.
No ano passado, novamente, faltou dinheiro por conta do ajuste fiscal no Brasil e da situação econômica da Ucrânia, que já dava sinais de abatimento. Diante da situação financeira, o desenvolvimento do foguete deixou de ser prioridade e, no Brasil, os atrasos na liberação de recursos afetaram as obras em Alcântara.
Ou seja, mesmo que o projeto decole, há ceticismo de especialistas quanto ao retorno financeiro e à real capacidade do Brasil de se tornar uma potência espacial.
José Nivaldo Hinckel, especialista em propulsão espacial do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), considera o argumento de retorno econômico descabido. O lucro com cada lançamento é irrisório em relação ao custo do projeto, que comporta infraestrutura de lançamento e equipes envolvidas que não podem ser recrutadas e, depois, dispensadas. Hinckel lembra ainda que o custo anual de manutenção de um sistema de lançamento de satélites é elevado e que dificilmente a ACS obterá um ritmo superior a dois ou três lançamentos anuais.
— A ACS não poderá cobrar mais do que US$ 50 milhões (cerca de R$ 116 milhões) por lançamento. Fica claro que não há perspectiva de lucro para um ritmo de lançamentos inferior a uma dúzia, algo impossível de se alcançar nem na mais otimista das hipóteses — atesta ele.
Hinckel tem outras ressalvas e considera o programa tecnicamente "duvidoso" por conta dos propelentes (combustível e oxidante) usados no Cyclone, de alto potencial tóxico. Ele alerta que, se ocorrer um vazamento ou falha no lançamento, haverá riscos ao ambiente.
— É importante ter acesso ao espaço, do ponto de vista estratégico, mas nunca vi possibilidade de sucesso no projeto da ACS. Economicamente não é viável e, se o objetivo era salvar uma indústria que não tinha como sobreviver na própria Ucrânia, agora politicamente ficou mais difícil ainda — diz ele.
As origens
Em 2003, Brasil aprovou e assinou acordo espacial com os ucranianos
O acordo
— A preocupação com a soberania nacional pesou na escolha da Ucrânia como parceira do Brasil. Herdeira da escola espacial da antiga União Soviética, a Ucrânia domina a tecnologia de ponta na área. As tratativas se iniciaram no governo Fernando Henrique, que também negociava com os Estados Unidos a utilização da base de Alcântara. O tema foi um dos assuntos polêmicos da eleição presidencial de 2002.
— Lula prometia rediscutir o acordo se fosse eleito. Com a vitória dele, as tratativas com os EUA foram sepultadas. Eram alvo de críticas dos movimentos sociais e até da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que chegou a organizar um plebiscito, sem caráter oficial, sobre o assunto.
O Cyclone 4
— O foguete projetado para o Brasil é da família Cyclone, existente desde 1969 e com um histórico bem-sucedido. Em 226 testes de lançamento, houve só seis falhas. Um pool de 16 empresas estão envolvidas na construção do Cyclone 4, na cidade de Dnipropetrovsk. A nova versão terá alta precisão e aumento de 30% na capacidade de carregar combustível. O artefato tem vida útil de até 20 anos.
A base
— O centro de lançamento é um complexo localizado na península em frente a São Luís, capital do Maranhão. Das bases que operam em regime comercial, Alcântara se destaca pelo trunfo geográfico. Devido à proximidade à linha do Equador, um lançamento em Alcântara gasta menos combustível do que os projetados das bases de Cabo Canaveral (EUA) e de Baikonur (Cazaquistão).
O Acidente
— Em agosto de 2003, ocorreu uma tragédia que adiou o desenvolvimento do programa espacial brasileiro. Um Veículo Lançador de Satélites (VLS), com 21 metros de altura e que colocaria em órbita dois satélites desenvolvidos no Brasil, foi acionado antes do tempo. Com a ignição prematura do VLS — provocada por uma peça que custa apenas US$ 10 —, a torre acabou explodindo, matando 21 profissionais. Uma delegação da Ucrânia estava no país para acompanhar o lançamento. À época, foi a terceira tentativa frustrada. Em outros dois testes com VLS, em 1997 e 1999, ocorreram falhas, e os protótipos tiveram que ser destruídos, logo após a partida.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/politica/noticia/2014/03/crise-na-ucrania-ameaca-parceria-de-r-1-bilhao-com-o-brasil-para-lancamento-de-foguetes-4441110.html

sábado, 8 de março de 2014

Relato contundente de um Juiz federal sobre as cotas raciais

Por que me tornei a favor das cotas para negros

Cotas para negros: por que mudei de opinião. Juiz federal, mestre em Direito e ferrenho opositor das cotas explica as razões que o fizeram mudar de ideia


O escritor e Juiz Federal William Douglas 

Roberto Lyra, Promotor de Justiça, um dos autores do Código Penal de 1940, ao lado de Alcântara Machado e Nelson Hungria, recomendava aos colegas de Ministério Público que “antes de se pedir a prisão de alguém deveria se passar um dia na cadeia”. Gênio, visionário e à frente de seu tempo, Lyra informava que apenas a experiência viva permite compreender bem uma situação.
Quem procurar meus artigos, verá que no início era contra as cotas para negros, defendendo – com boas razões, eu creio – que seria mais razoável e menos complicado reservá-las apenas para os oriundos de escolas públicas. Escrevo hoje para dizer que não penso mais assim. As cotas para negros também devem existir. E digo mais: a urgência de sua consolidação e aperfeiçoamento é extraordinária.
Embora juiz federal, não me valerei de argumentos jurídicos. A Constituição da República é pródiga em planos de igualdade, de correção de injustiças, de construção de uma sociedade mais justa. Quem quiser, nela encontrará todos os fundamentos que precisa. A Constituição de 1988 pode ser usada como se queira, mas me parece evidente que a sua intenção é, de fato, tornar esse país melhor e mais decente. Desde sempre as leis reservaram privilégios para os abastados, não sendo de se exasperarem as classes dominantes se, umas poucas vezes ao menos, sesmarias, capitanias hereditárias, cartórios e financiamentos se dirigirem aos mais necessitados
Não me valerei de argumentos técnicos nem jurídicos dado que ambos os lados os têm em boa monta, e o valor pessoal e a competência dos contendores desse assunto comprovam que há gente de bem, capaz, bem intencionada, honesta e com bons fundamentos dos dois lados da cerca: os que querem as cotas para negros, e os que a rejeitam, todos com bons argumentos.
Por isso, em texto simples, quero deixar clara minha posição como homem, cristão, cidadão, juiz, professor, “guru dos concursos” e qualquer outro adjetivo a que me proponha: as cotas para negros devem ser mantidas e aperfeiçoadas. E meu melhor argumento para isso é o aquele que me convenceu a trocar de lado: “passar um dia na cadeia”. Professor de técnicas de estudo, há nove anos venho fazendo palestras gratuitas sobre como passar no vestibular para a EDUCAFRO, pré-vestibular para negros e carentes.
Mesmo sendo, por ideologia, contra um pré-vestibular “para negros”, aceitei convite para aulas como voluntário naquela ONG por entender que isso seria uma contribuição que poderia ajudar, ou seja, aulas, doação de livros, incentivo. Sempre foi complicado chegar lá e dizer minha antiga opinião contra cotas para negros, mas fazia minha parte com as aulas e livros. E nessa convivência fui descobrindo que se ser pobre é um problema, ser pobre e negro é um problema maior ainda.
Meu pai foi lavrador até seus 19 anos, minha mãe operária de “chão de fábrica”, fui pobre quando menino, remediado quando adolescente. Nada foi fácil, e não cheguei a juiz federal, a 350.000 livros vendidos e a fazer palestras para mais de 750.000 pessoas por um caminho curto, nem fácil. Sei o que é não ter dinheiro, nem portas, nem espaço. Mas tive heróis que me abriram a picada nesse matagal onde passei. E conheço outros heróis, negros, que chegaram longe, como Benedito Gonçalves, Ministro do STJ, Angelina Siqueira, juíza federal. Conheço vários heróis, negros, do Supremo à portaria de meu prédio.
Apenas não acho que temos que exigir heroísmo de cada menino pobre e negro desse país. Minha filha, loura e de olhos claros, estuda há três anos num colégio onde não há um aluno negro sequer, onde há brinquedos, professores bem remunerados, aulas de tudo; sua similar negra, filha de minha empregada, e com a mesma idade, entrou na escola esse ano, escola sem professores, sem carteiras, com banheiro quebrado. Minha filha tem psicóloga para ajudar a lidar com a separação dos pais, foi à Disney, tem aulas de Ballet. A outra, nada, tem um quintal de barro, viagens mais curtas. A filha da empregada, que ajudo quanto posso, visitou minha casa e saiu com o sonho de ter seu próprio quarto, coisa que lhe passou na cabeça quando viu o quarto de minha filha, lindo, decorado, com armário inundado de roupas de princesa. Toda menina é uma princesa, mas há poucas das princesas negras com vestidos compatíveis, e armários, e escolas compatíveis, nesse país imenso. A princesa negra disse para sua mãe que iria orar para Deus pedindo um quarto só para ela, e eu me incomodei por lembrar que Deus ainda insiste em que usemos nossas mãos humanas para fazer Sua Justiça. Sei que Deus espera que eu, seu filho, ajude nesse assunto. E se não cresse em Deus como creio, saberia que com ou sem um ser divino nessa história, esse assunto não está bem resolvido. O assunto demanda de todos nós uma posição consistente, uma que não se prenda apenas à teorias e comece a resolver logo os fatos do cotidiano: faltam quartos e escolas boas para as princesas negras, e também para os príncipes dessa cor de pele.
Não que tenha nada contra o bem estar da minha menina: os avós e os pais dela deram (e dão) muito duro para ela ter isso. Apenas não acho justo nem honesto que lá na frente, daqui a uma década de desigualdade, ambas sejam exigidas da mesma forma. Eu direi para minha filha que a sua similar mais pobre deve ter alguma contrapartida para entrar na faculdade. Não seria igualdade nem honesto tratar as duas da mesma forma só ao completarem quinze anos, mas sim uma desmesurada e cruel maldade, para não escolher palavras mais adequadas.
Não se diga que possamos deixar isso para ser resolvido só no ensino fundamental e médio. É quase como não fazer nada e dizer que tudo se resolverá um dia, aos poucos. Já estamos com duzentos anos de espera por dias mais igualitários. Os pobres sempre foram tratados à margem. O caso é urgente: vamos enfrentar o problema no ensino fundamental, médio, cotas, universidade, distribuição de renda, tributação mais justa e assim por diante. Não podemos adiar nada, nem aguardar nem um pouco.
Foi vendo meninos e meninas negros, e negros e pobres, tentando uma chance, sofrendo, brilhando nos olhos uma esperança incômoda diante de tantas agruras, que fui mudando minha opinião. Não foram argumentos jurídicos, embora eu os conheça, foi passar não um, mas vários “dias na cadeia”. Na cadeia deles, os pobres, lugar de onde vieram meus pais, de um lugar que experimentei um pouco só quando mais moço. De onde eles vêm, as cotas fazem todo sentido.
Se alguém discorda das cotas, me perdoe, mas não devem faze-lo olhando os livros e teses, ou seus temores. Livros, teses, doutrinas e leis servem a qualquer coisa, até ao nazismo. Temores apenas toldam a visão serena. Para quem é contra, com respeito, recomendo um dia “na cadeia”. Um dia de palestra para quatro mil pobres, brancos e negros, onde se vê a esperança tomar forma e precisar de ajuda. Convido todos que são contra as cotas a passar conosco, brancos e negros, uma tarde num cursinho pré-vestibular para quem não tem pão, passagem, escola, psicólogo, cursinho de inglês, ballet, nem coisa parecida, inclusive professores de todas as matérias no ensino médio.
Se você é contra as cotas para negros, eu o respeito. Aliás, também fui contra por muito tempo. Mas peço uma reflexão nessa semana: na escola, no bairro, no restaurante, nos lugares que freqüenta, repare quantos negros existem ao seu lado, em condições de igualdade (não vale porteiro, motorista, servente ou coisa parecida). Se há poucos negros ao seu redor, me perdoe, mas você precisa “passar um dia na cadeia” antes de firmar uma posição coerente não com as teorias (elas servem pra tudo), mas com a realidade desse país. Com nossa realidade urgente. Nada me convenceu, amigos, senão a realidade, senão os meninos e meninas querendo estudar ao invés de qualquer outra coisa, querendo vencer, querendo uma chance.
Ah, sim, “os negros vão atrapalhar a universidade, baixar seu nível”, conheço esse argumento e ele sempre me preocupou, confesso. Mas os cotistas já mostraram que sua média de notas é maior, e menor a média de faltas do que as de quem nunca precisou das cotas. Curiosamente, negros ricos e não cotistas faltam mais às aulas do que negros pobres que precisaram das cotas. A explicação é simples: apesar de tudo a menos por tanto tempo, e talvez por isso, eles se agarram com tanta fé e garra ao pouco que lhe dão, que suas notas são melhores do que a média de quem não teve tanta dificuldade para pavimentar seu chão. Somos todos humanos, e todos frágeis e toscos: apenas precisamos dar chance para todos.
Precisamos confirmar as cotas para negros e para os oriundos da escola pública. Temos que podemos considerar não apenas os deficientes físicos (o que todo mundo aceita), mas também os econômicos, e dar a eles uma oportunidade de igualdade, uma contrapartida para caminharem com seus co-irmãos de raça (humana) e seus concidadãos, de um país que se quer solidário, igualitário, plural e democrático. Não podemos ter tanta paciência para resolver a discriminação racial que existe na prática: vamos dar saltos ao invés de rastejar em direção a políticas afirmativas de uma nova realidade.
Se você não concorda, respeito, mas só se você passar um dia conosco “na cadeia”. Vendo e sentindo o que você verá e sentirá naquele meio, ou você sairá concordando conosco, ou ao menos sem tanta convicção contra o que estamos querendo: igualdade de oportunidades, ou ao menos uma chance. Não para minha filha, ou a sua, elas não precisarão ser heroínas e nós já conseguimos para elas uma estrada. Queremos um caminho para passar quem não está tendo chance alguma, ao menos chance honesta. Daqui a alguns poucos anos, se vierem as cotas, a realidade será outra. Uma melhor. E queremos você conosco nessa história.
Não creio que esse mundo seja seguro para minha filha, que tem tudo, se ele não for ao menos um pouco mais justo para com os filhos dos outros, que talvez não tenham tido minha sorte. Talvez seus filhos tenham tudo, mas tudo não basta se os filhos dos outros não tiverem alguma coisa. Seja como for, por ideal, egoísmo (de proteger o mundo onde vão morar nossos filhos), ou por passar alguns dias por ano “na cadeia” com meninos pobres, negros, amarelos, pardos, brancos, é que aposto meus olhos azuis dizendo que precisamos das cotas, agora.
E, claro, financiar os meninos pobres, negros, pardos, amarelos e brancos, para que estudem e pelo conhecimento mudem sua história, e a do nosso país comum pois, afinal de contas, moraremos todos naquilo que estamos construindo.
Então, como diria Roberto Lyra, em uma de suas falas, “O sol nascerá para todos. Todos dirão – nós – e não – eu. E amarão ao próximo por amor próprio. Cada um repetirá: possuo o que dei. Curvemo-nos ante a aurora da verdade dita pela beleza, da justiça expressa pelo amor.
Justiça expressa pelo amor e pela experiência, não pelas teses. As cotas são justas, honestas, solidárias, necessárias. E, mais que tudo, urgentes. Ou fique a favor, ou pelo menos visite a cadeia.
Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/11/por-que-tornei-favor-das-cotas-para-negros.html

sexta-feira, 7 de março de 2014

Crimeia pede para fazer parte da Rússia; entenda com mapas a crise

Crimeia pede para fazer parte da Rússia; entenda com mapas a crise


O Parlamento regional da Crimeia, uma república autônoma da Ucrânia que ocupa uma península no sul do país, aprovou nesta quinta-feira (6) uma moção em que pede à Federação Russa que a região passe a fazer parte do país.

De acordo com os parlamentares, se o pedido for aceito pelas autoridades de Moscou - que ainda não se pronunciaram -, a separação da Ucrânia será colocada em votação em um referendo no dia 16 de março.
A Crimeia, cuja maioria da população é russa ou de origem russa, está no centro da tensão entre Moscou e Kiev. Tropas pró-Rússia mantém o controle sobre a península há vários dias.
O governo provisório da Ucrânia não conhece o governo da Crimeia, que foi empossado em uma sessão de emergência no Parlamento na semana passada. O primeiro-ministro interino em Kiev, Arseniy Yatsenyuk, disse que a Crimeia se juntar à Rússia seria inconstitucional. O argumento é que o Parlamento da Crimeia não tem poderes para determinar a secessão.
Por sua vez, o vice-primeiro-ministro da Crimeia, Rustam Temirgaliev, disse que as autoridades no poder em Kiev não são legítimas e descartou a alegação de inconstitucionalidade.
No leste da Ucrânia, onde há uma significativa população russa, o líder dos ativistas pró-Rússia da cidade de Donetsk, Pavel Gubarev, foi detido por forças de segurança ucranianas no momento em que estava dando uma entrevista para a BBC. Donetsk tem sido palco de confrontos entre forças pró e contrárias à Rússia nos últimos dias.
Os desdobramentos na Ucrânia ocorreram no mesmo dia em que representantes da União Europeia e ucranianos estão reunidos em Bruxelas para uma reunião de emergência, em que discutem a situação na ex-república soviética.
A crise começou em novembro de 2013 quando o governo do então presidente ucraniano Viktor Yanukovych anunciou que havia abandonado um acordo que estreitaria as relações do país com a União Europeia. Posteriormente o governo procurou uma aproximação maior com a Rússia.
Manifestantes contrários ao governo, que lutavam pelo fortalecimento das ligações da Ucrânia com a União Europeia, exigiram a renúncia de Yanukovych e eleições antecipadas.
Por meio de uma série de mapas, a BBC explica a seguir os principais pontos da crise na Ucrânia.
Importância estratégica
A maioria da região da Crimeia é habitada por moradores falantes de russo e tem grande importância política e estratégica tanto para a Rússia como para a Ucrânia.
A esquadra russa no Mar Negro tem sua base histórica na cidade de Sevastopol. Depois que a Ucrânia se tornou independente, um contrato foi elaborado para que a frota continuasse a operar de lá.


Em 2010, este contrato foi estendido para 2024 em troca de suprimentos mais baratos de gás russo para a Ucrânia.
Papel central de Kiev
Ocorreram diversos protestos pelo país, mas o coração do movimento se estabeleceu na praça da Independência em Kiev e lá permaneceu por três meses.
Apesar de pacífico na maior parte do tempo, ataques de violência deixaram centenas de feridos e mais de 80 mortos.
Quando a violência sofreu uma escalada, o Parlamento ucraniano votou pela deposição do presidente Yanukovych e ele fugiu para a Rússia.
Ucrânia dividida
Contudo, as divisões na Ucrânia remontam a episódios muito anteriores à crise atual. O país tem estado dividido entre leste e oeste desde o colapso da União Soviética em 1991 - e a separação se reflete também na cultura e na língua.
O russo é falado abertamente em partes do leste e do sul. Em algumas áreas, incluindo a península da Crimeia, ele é o idioma mais usado.
Em regiões ocidentais - próximas à Europa - o ucraniano é a língua principal e muitas pessoas se identificam com a Europa central.
Essa divisão normalmente se reflete nas eleições do país. As áreas com grandes proporções de falantes de russo são aquelas nas quais Yanukovych foi mais votado em 2010.
União Europeia e Rússia
A Ucrânia tem laços econômicos tanto com a União Europeia quanto com a Rússia.
Os gasodutos russos para a Europa passam pelo país - fato que ficou bastante claro em 2006 quando Moscou cortou brevemente o fornecimento de gás, soando um alarme na Europa ocidental.
As ações recentes para chegar a um acordo com a União Europeia aumentaram a tensão com a Rússia, que as entendem como um passo em direção à integração à União Europeia.
A Rússia preferiria interromper essa integração com os europeus para aumentar a influência de Moscou sobre a Ucrânia por meio de uma união aduaneira.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/03/crimeia-pede-para-fazer-parte-da-russia-entenda-com-mapas-a-crise.html

quinta-feira, 6 de março de 2014

Seis em cada dez pessoas traficadas são mulheres, diz agência da ONU

Seis em cada dez pessoas traficadas são mulheres, diz agência da ONU


Agências da ONU lançaram nesta quarta-feira (5) uma campanha global para combater vários tipos de tráfico. O evento ocorreu durante uma feira do setor de turismo em Berlim, na Alemanha. Participam da iniciativa a Organização Mundial do Turismo (OMT), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Escritório sobre Drogas e Crime (Unodc). Segundo o Unodc, as mulheres representam 60% das vítimas de tráfico humano, 27% são crianças – na maioria, meninas.
O objetivo é que os viajantes apoiem a luta contra o comércio ilegal de animais selvagens, artefatos culturais, drogas, produtos piratas e o tráfico humano. A campanha, cujo tema é “Suas ações contam – seja um viajante responsável”, quer chamar a atenção para os procedimentos ilegais mais comuns a que os turistas possam estar expostos quando viajam.
A iniciativa fornece um guia informando como identificar possíveis situações de tráfico e que ação deve ser tomada caso isso ocorra. Segundo a agência, se o turista perceber que alguma pessoa está  sofrendo qualquer tipo de abuso, seja num bar, num hotel ou num restaurante, ele deve denunciar às autoridades locais.
A ONU alerta também para o comércio de partes de animais selvagens. Elefantes, rinocerontes e tigres correm o risco de extinção por causa de caçadores em busca dos chifres, da pele. Calcula-se que as transações ilegais dos chamados artefatos culturais cheguem a US$ 60 bilhões anuais. Já os produtos piratas geram um lucro dez vezes maior.
O Unodc alertou que o comércio global do tráfico beneficia diretamente o crime organizado que usa o dinheiro para financiar outras atividades ilegais.
http://www.sul21.com.br/jornal/seis-em-cada-dez-pessoas-traficadas-sao-mulheres-diz-agencia-da-onu/

quarta-feira, 5 de março de 2014

Enviado da ONU à Crimeia cancela missão depois de ameaças

Crise na Ucrânia

Robert Serry foi abordado por homens armados fora de um quartel-general naval na cidade de Simferopol. O Ministério das Relações Exteriores ucraniano chegou a declarar que ele havia sido sequestrado


Robert Serry durante abertura da Conferência sobre Jerusalém, em Doha, Qatar, em 26 de fevereiro de 2012

O enviado da ONU Robert Serry decidiu cancelar sua missão na região ucraniana da Crimeia nesta quarta-feira depois de ter sido ameaçado por homens armados, indicou à AFP um assessor que viaja com ele.
As Nações Unidas protestaram pelo fato de seu enviado, ao chegar à Crimeia, ter sido ameaçado por homens armados não identificados, mas negou relatos de que ele havia sido sequestrado.
O secretário-geral adjunto da ONU, Jan Eliasson, declarou aos jornalistas que Robert Serry foi abordado por homens armados fora de um quartel-general naval.
Pouco antes, o ministério das Relações Exteriores da Ucrânia informou que Serry havia sido detido por homens armados não identificados em Simferopol, capital da Crimeia.
Serry foi enviado a esta região parcialmente controlada por comandos armados pró-russos para fazer um balanço da situação para a ONU.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/enviado-da-onu-a-crimeia-cancela-missao-depois-de-ameacas,1ca38bc013394410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html

Brasil tem terceira maior alta do PIB em 2013 entre 13 grandes economias

Resultado brasileiro só é superado por China e Coreia do Sul, entre os países que já divulgaram os dados do ano passado



Em relação às 13 principais economias mundiais que já divulgaram seus resultados de 2013, o Brasil teve o terceiro maior crescimento – atrás apenas de China (7,7%) e Coreia do Sul (2,8%). Os governos da Rússia e da Índia ainda não divulgaram seus dados referentes ao último ano, mas projeções oficiais apontam alta de 5% para a economia indiana e de 1,8% para a russa.
O desempenho do PIB brasileiro em 2013 é superior ao de outro emergente, a África do Sul (1,9%) e grandes potências, como os Estados Unidos (1,9%) e a Alemanha (0,4%).





Fonte: http://www.feebpr.org.br/images/PIB_280214.jpg



Dois navios de guerra russos atravessam o estreito de Bósforo rumo à Ucrânia

Dois navios de guerra russos atravessam o estreito de Bósforo rumo à Ucrânia

Navio da marinha russa

Dois navios da marinha de guerra russa cruzaram, nesta terça-feira, o estreito de Bósforo na direção do mar do Norte e da Ucrânia, em plena tensão militar com Moscou, informou a imprensa turca.
Segundo a agência de notícias Anatolia, os dois navios - a nave de desembarque Saratov e o navio de assalto Yamal –, que estavam no Mediterrâneo, em águas sírias, foram convocados para sua base naval de Sebastopol na Crimeia, uma província autônoma ucraniana de maioria russófona.
Também nesta terça, a fragata da marinha ucraniana Hetman Sahaidachny atravessou o estreito de Dardanelos rumo ao estreito de Bósforo e ao Mar Negro, acrescentou a Anatolia.
As forças russas se espalharam ao redor da maioria dos locais estratégicos da Crimeia, oficialmente para proteger seus cidadãos, após a destituição do presidente ucraniano pró-Moscou Viktor Yanukovich.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/mundo/noticia/2014/03/dois-navios-de-guerra-russos-atravessam-o-estreito-de-bosforo-rumo-a-ucrania-4436264.html