domingo, 30 de março de 2014

Regime Militar deu golpe na educação do Brasil

Nos 50 anos da tomada de poder pela Ditadura, professores avaliam os prejuízos para o ensino



Na noite do dia 31 de março de 1964, o regime político vigente no Brasil sofreu um golpe. Mas o País seria golpeado muitas vezes até 1985. Para permanecer no poder, os militares prendiam, torturavam e manipulavam. A censura aos meios de comunicação limitou o acesso à informação dos brasileiros e também foi aplicada nas escolas, causando prejuízos com reflexos até hoje. 

Enquanto nos porões da ditadura, os que se opunham ao governo eram até mesmo mortos, na superfície, a tentativa era mostrar que o Brasil estaria vivendo um milagre econômico. A campanha ufanista da época encorajada a população a acreditar que vivia em um país do futuro, sem saber detalhes da repressão, ou de dados que desfavorecessem o regime. 

Certos livros considerados subversivos por qualquer motivo eram retirados do conteúdo bibliográfico dos colégios e das universidades. Os professores precisavam ficar atentos ao que falavam por medo de alunos e colegas infiltrados. O recado para se calarem era enviado através do sumiço de outros docentes. Além disso, houve reformas e inclusão de disciplinas com teor nacionalista. A mudança nos currículos na década de 1960 criou duas novas matérias: Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil (OSPB). O objetivo era transmitir a ideologia da Segurança Nacional. 

“Aparentemente, estávamos vivendo uma normalidade, mas nós sabíamos que não era bem assim”, descreve a professora de História, Ione Osório, 76 anos. Mãe de três filhos pequenos na época do golpe, dava aula na Escola Estadual Cristóvão Mendonza Caxias do Sul e, mais tarde, no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Julinho, em Porto Alegre. Ela lembra que a inclusão das duas novas matérias foi motivo de discussão, porque delegados de fora do colégio foram incumbidos de ministrar as aulas. “O currículo era para dar a aparência de que o Brasil era um modelo sob a gestão daquele governo, mas a estatística não era verdadeira. Os números eram maquiados, inclusive o de reprovados”, comenta. “Eu era coordenadora da História do Julinho e lutamos para que os próprios professores da escola dessem essas aulas. Dessa forma, adaptamos o currículo”, lembra esboçando um sorriso ao recordar de da forma que encontrou para driblar o governo e transformar a emenda das duas cadeiras nacionalistas em conteúdos de História do Brasil e Geografia, transmitidos de forma mais crítica.

Censura em sala de aula

Na Serra, logo no início do regime, a professora lembra uma ocasião em que ensinava regimes políticos. “Passava alguns exemplos do que acontecia no mundo e no Brasil”, conta. Ela ressalta que mencionava o que ocorria no país, mas não colocava o conteúdo da aula no papel por temer ser chamada pelos militares para dar explicação. “Sabíamos que muitos professores e alunos eram ligados ao regime e havia infiltrados”, diz. Essa era outra maneira de contornar a censura. Porém, um estagiário distribuiu à classe um programa não oficial. “Eu havia orientado que não colocasse no papel, mas acho que ele quis se expressar. A cópia em mimeógrafo foi parar no Comando do Exército e, depois disso, ele sumiu. Não concluiu o curso de História na universidade”, descreve sem conseguir controlar as lágrimas e lembrando também da detenção de cinco alunos.

Atualmente Ione é presidente da Fundação de Apoio ao Colégio Estadual Julio de Castilhos e voltou a uma das classes onde ministrava História para contar sobre o período da repressão. “Aqui no Julinho, a resistência era mais aberta, mas também havia na escola delegados do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). O Grêmio Estudantil foi extinto”, diz. 

Memória da Ditadura ainda é recuperada

Segundo a professora, em razão da tentativa de controlar a informação, a memória sobre aqueles anos, só foi recuperada depois. “Nem nós que tínhamos interesse, sabíamos de tudo que ocorria”, declara, afirmando que a maioria da população só passou a tomar pé da situação, na década de 1980, após a abertura. “Até hoje, muitas coisas não foram elucidadas e ainda estamos descobrindo. A história nunca termina”, observa. “Acho importante tudo o que leva à verdade, mesmo que seja tarde.”

Regimes autoritários exaltam o nacionalismo

A professora de pós-graduação da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), Maria Helena Bastos, assegura que todo o regime autoritário costuma exaltar o nacionalismo e criar o sentimento de nação. Para ela, algumas mudanças no currículo foram responsáveis pela implementação de métodos que não estimulavam o pensamento crítico. “Formamos jovens para marcar cruzinhas”, descreve, avaliando que esse tipo de ensino não mudou muito efetivamente de lá para cá. 

Lembra ainda que os acordos e reformas não foram exclusividade do Regime Militar. Algumas versões já haviam sido ensaiadas. “Os acordos já vinham sendo gestados antes”, diz. 

Maria Helena observa que indiscutivelmente o controle à informação representou uma lacuna e atrasou o ensino. Eram diferentes formas de repressão, incluindo a proibição de livros, programas de TV e filmes. “Lembro de ler livros encapados”, diz, ponderando que a censura sempre fez parte da história do Brasil. “Portugal filtrava tudo o que vinha para cá”, afirma.

Contudo, observa que os malefícios do período militar ao ensino são relativos, já que houve alterações positivas no ensino universitário e de pós-graduação através de alguns acordos, por exemplo. Ela também lembra que houve expansão entre 1973 e 1985 da matrícula nas escolas em torno de 40%, apesar de essa ampliação do acesso não vir acompanhada de qualificação. “A memória tem sempre dois lados.”

Queda da qualidade do ensino público

Para o autor do livro Golpe na Educação, professor Luiz Antonio Cunha, as políticas educacionais durante o governo militar tinham o objetivo de cristalizar uma ideia de que a sociedade estaria em processo de degeneração. “A concepção da educação pública como elemento de regeneração da sociedade é herdada tanto do cristianismo, quanto do positivismo”, analisa. Por isso, foi reforçado o ensino religioso e, implementadas disciplinas com cunho nacionalista.

Outra vertente, explica o sociólogo, doutor em Filosofia e mestre em Planejamento Educacional, Luiz Antonio Constant Rodrigues da Cunha, foi a concepção de que o ensino seria um instrumento de acumulação de capital. “Se plantou essa ideia naquela época. Isso cresceu e deu muitos frutos colhidos até hoje”, ressalta. As consequências, segundo ele, foram subsídios para o fortalecimento do setor privado em todos os níveis. “Secretarias de educação foram assumidas por empresários em muitos estados, que fizeram com que a qualidade caísse nas escolas públicas”, observa. No período, também houve queda nos salários do Magistério. “Isso forçou uma demanda de educação privada”, afirma.

Em Minas Gerais, por exemplo, a lei determinava que para se abrir uma escola pública era preciso que o sindicato dos professores de escolas particulares estivesse de acordo. “A duras penas, o governo Tancredo Neves conseguiu mudar e legislação em 1983”, salienta.

O resultado foi o aumento da desigualdade. “É das mais fortes que já vi no mundo”, conta. “Até o Golpe, em todos os estados, as escolas públicas eram as melhores. Podia ter escola privada tão boa, mas não melhor do que as públicas. Depois a situação mudou”, declara, dizendo também que os quadros escolares nunca mais voltaram a ter o mesmo padrão. “Hoje a escola pública se transformou em escola para pobre e de má qualidade, com exceção de instituições federais e escolas técnicas”, diz.

Por outro lado, Cunha menciona, assim como a professora Maria Helena, que o ensino superior cresceu bastante na Ditadura. “Se criou um Frankenstein educacional: ensino público superior de alta qualidade e ensino fundamental e médio de baixa qualidade. Incongruente”, avalia.

fonte:http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=521984

quinta-feira, 27 de março de 2014

Desemprego em Porto Alegre é o menor do Brasil em fevereiro, aponta IBGE

Desemprego: um problema que inexiste no Brasil


Porto Alegre é a capital com menos desempregados do Brasil. Apesar do crescimento de 0,5 ponto percentual, chegando a 3,3%, a taxa de desocupação da capital gaúcha manteve-se na ponta de baixo da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em fevereiro. O percentual é inferior ao registrado em fevereiro do ano passado, quando havia 3,9% de desocupados na cidade.

No conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE – além de Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo, Recife, Rio de Janeiro e Salvador –, a taxa de desocupação foi estimada em 5,1%. É a menor taxa de desocupação do Brasil, desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2002. Em relação a janeiro, houve leve aumento de 0,3 ponto percentual. Na comparação com fevereiro do ano passado, houve queda de meio ponto percentual. No total, a estimativa de pessoas desocupadas no País é de 1,2 milhão de pessoas.

A média de rendimento do trabalhador brasileiro cresceu em fevereiro. Se em janeiro esse valor era de R$ 2.000,53, cresceu para R$ 2.015,60 em fevereiro. Na região metropolitana de Porto Alegre, esse valor é menor, chegando a 1.969,40 em fevereiro. Os maiores salários na capital gaúcha são de militares e funcionários públicos estatutários (R$ 3.655,60, na média). Os menores vão para empregados de serviços domésticos, que ganham, em média, R$ 925,30 – o valor, no entanto, é 11,3% maior do que a média salarial desses empregados em fevereiro de 2013.
Na capital gaúcha, os setores que mais recebem trabalhadores são a indústria (21,2%), o comércio (18,7%) e a educação, a saúde e a administração pública (que, juntos, abrangem 18,3% dos empregados). Grande parte desses trabalhadores (52,3%) são empregados com carteira assinada do setor privado. Autônomos representam 16,2% e ocupam a segunda colocação. No Brasil, o comércio lidera a lista, com 18,6% dos trabalhadores.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2014/03/desemprego-em-porto-alegre-e-o-menor-do-brasil-em-fevereiro-aponta-ibge-4457918.html

sábado, 22 de março de 2014

A ridícula Marcha da família, versão 2014

Marcha da Família no Recife reúne apenas 6 pessoas

Por Leonardo Lemes

Organizada pelas redes sociais, a marcha da família 2014- evento originalmente ocorrido há 50 anos, onde a direita foi às ruas protestar contra as prometidas medidas do ainda presidente à época, João Goulart - foi às ruas hoje (22/03) mas em número bem menor do que a primeira versão.

É no mínimo ridículo que pessoas desejem o retorno da ditadura militar, período obscuro de nossa história recente, onde milhares foram presos, torturados e mortos apenas por lutar contra o regime. Além da total falta de liberdade individual, a ditadura militar deixou o país endividado, conforme mostra reportagem da Zero Hora (link no final).

Outra falácia levantada pelos defensores do regime militar é a ausência de corrupção. Na realidade os militares também eram corruptos e nepotistas, conforme mostra, com provas, o jornalista Juremir Machado da Silva (link no final).

Os defensores do regime também se orgulham do fato de que no período da ditadura militar não havia tanta violência como nos tempos pós-regime. O fato é que eram outros tempos e mesmo antes do golpe militar que derrubou João Goulart, os índices de violência eram muito baixos, comparados com os de hoje em dia.

Muitos, dos poucos, que foram às ruas nesse dia (Em Porto Alegre foram cerca de 40 e em Recife 6 pessoas. Links no final) saíram com cartazes escritos: “Fora Dilma”, “Fora PT” ou “Fora comunistas”. Não dá para entender. O PT, com Lula abandonou a extrema esquerda para chegar ao poder, inclusive se aliando com partidos de centro, como o PMDB, e até de direita, como o caso do PP. Dilma Rousseff continuou com as alianças, transformando o PT em um partido muito longe da esquerda tradicional. Ou seja, muito longe de qualquer possibilidade de algo próximo do comunismo ser instaurado no Brasil. Pergunto: São eles, um bando de desinformados, alienados ou mal-intencionados?


A grande verdade é que o regime militar além de ser extremamente autoritário e centralizador e totalmente infringente dos direitos humanos visou exclusivamente o progresso da elite, visto que a desigualdade social no país aumentou muito no período. Então quem defende o regime hoje em dia? Os mesmos que não admitem que os mais humildes possam progredir e que têm fobia às minorias. Defendem o seu bem-estar e nada mais. Um conservadorismo ridículo. Ainda bem, para a nossa sociedade que cada vez menos pessoas pensam assim. Até porque pensar no coletivo não significa ser comunista e, sim, desejar um mundo melhor para todos, não apenas para uma minoria.




http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2014/03/mesmo-com-milagre-economico-na-decada-de-1970-governo-militar-devolveu-um-pais-quebrado-ao-deixar-o-poder-4453471.html
http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/03/marcha-da-familia-reune-6-pessoas-em-recife.html
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/03/marcha-da-familia-2014-reune-40-pessoas-em-porto-alegre.html

sexta-feira, 21 de março de 2014

Como a Rússia invadiu a Crimeia sem derramar sangue

 O plano que permitiu à Rússia a anexação secreta da Crimeia

A anexação da Crimeia foi a mais suave invasão dos tempos modernos. Ela terminou antes mesmo que o mundo se desse conta de que havia começado.
E até 18 de março, quando um grupo armado pró-Rússia atacou uma pequena base do Exército ucraniano em Simferopol –assassinando um oficial e ferindo outro–, a invasão vinha ocorrendo sem derramamento de sangue.
Durante boa parte do mês de fevereiro, milhares de soldados foram mandados silenciosamente para bases russas situadas na Crimeia com base em um tratado antigo entre Kiev e Moscou. “Voluntários” civis também foram levados para essas unidades. O plano foi executado secretamente e teve sucesso.
O primeiro sinal óbvio de que a Crimeia estava sendo tomada veio em 28 de fevereiro, quando barreiras de controle foram montadas em Armyasnk e Chongar –as duas maiores estradas que ligam a península à Ucrânia.

‘Bem-vindo à Rússia’

Esses pontos eram controlados por homens que usavam uma grande variedade de uniformes: do Exército ucraniano, da polícia ucraniana e fardas camufladas sem a insígnia do país. Muitos usavam roupas civis.
Quando eu tentei passar por uma dessas barreiras em Armyansk no sábado, 1º de março, com um cinegrafista da BBC, esses homens foram hostis e ameaçadores.
Eles abriram o porta-malas do táxi e roubaram as malas onde estavam nossos coletes à prova de balas. Depois abriram nossas pastas agressivamente, jogando parte do que estava dentro na estrada. Eles pegaram nossa câmera e retiraram os cartões de memória e as baterias.
Eles sabiam exatamente o que procurar. Havia mais malas contendo coletes à prova de balas empilhadas ao lado da estrada – sinal de que outros jornalistas tentaram passar por lá antes de nós.
Os homens da barreira estavam parando todos, exceto os moradores locais. Não entendi no início o que estava realmente acontecendo.

Foi apenas quando um deles, que usava roupas da polícia, disse “Bem-vindo à Rússia!” que eu entendi – seus uniformes podiam ser ucranianos, mas eles estavam isolando a Crimeia em nome de Moscou.

Bases cercadas

No dia seguinte, 2 de março, tudo já estava feito. Enquanto o mundo esperava que navios de guerra russos chegassem para tomar a Crimeia, isso já havia acontecido de forma discreta.
Em dois dias, as bases miliares ucranianas foram cercadas por soldados. Eles carregavam armas russas modernas, mas seus uniformes não tinham nem símbolos nacionais ou brevês de unidades – tampouco marcas de patentes.
Junto com eles estavam “voluntários” –normalmente homens mais velhos, muitos aparentemente vindos da Rússia. Alguns deles usavam peças de uniformes ou roupas civis. Eles isolaram as bases ucranianas e impediam qualquer um de se aproximar.
Presumivelmente, eles eram reservistas russos. Eram duros e agressivos, mas obedeciam ordens de superiores. Alguns eram até beberrões e foram vistos claramente alcoolizados durante a noite.
No entanto, a disciplina era mantida. Não houve notícias de pilhagens e, apesar de seu comportamento, eles não ameaçaram nem atacaram civis.

Infiltração

Nos dias seguintes, outros grupos apareceram. Eles eram voluntários genuínos, que vieram de Moscou para se juntar ao que entenderam como a liberação da Crimeia. Eu conversei com três membros de um grupo ultranacionalista cujos uniformes tinham as cores de uma organização monarquista.
Eram todos de Moscou e planejavam ir da Crimeia para as cidades de Kharkiv e Donetsk, nas quais a Rússia exerce influência. Por quê? Solidariedade, disseram.
Mais cedo eu havia falado com um grupo de sete ou oito motoqueiros que usavam roupas de couro e brevês com títulos como “presidente”, “vice-presidente”, etc. Eles também vieram de Moscou e planejavam se dirigir a Kharkiv e Donetsk. “É um grande dia”, disse o que ostentava a patente de “presidente”.
Mas esses eram apenas amadores que queriam se juntar ao processo. Não havia absolutamente nenhum sinal de que o governo russo os havia mandado.
Em tempos modernos, Moscou protagonizou três grandes invasões: na Hungria, em novembro de 1956, e na Tchecoslováquia, em agosto de 1968, quando governos comunistas começaram a demonstrar tendências ocidentais; e no Afeganistão, em dezembro de 1979, quando um regime pró-comunista estava à beira do colapso.
Essas foram operações enormes e brutais, que envolveram um grande número de blindados e, às vezes, grande derramamento de sangue.
A tomada da Crimeia foi completamente diferente. Foi uma infiltração, não uma invasão. Diferente de Hungria, Tchecoslováquia e Afeganistão, ela teria sido apoiada por uma grande parte da população local.
De acordo com um conhecido opositor ao presidente russo Vladimir Putin, a votação na Crimeia para unir a região à Federação Russa foi “um referendo na mira de Kalashnikovs”. Mas não foi.
O resultado foi o que a vasta maioria de russo étnicos queria, e houve pouco uso para fuzis nas ruas. Aqueles que queriam manter a Crimeia como parte da Ucrânia estavam chocados e intimidados demais para resistir.
A operação toda foi bem planejada e executada.
Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/03/saiba-como-russia-invadiu-crimeia-sem-derramar-sangue.html

quinta-feira, 20 de março de 2014

Praia brasileira é a mais bonita do mundo

Fernando de Noronha é a praia mais bonita do mundo. Outras duas praias brasileiras estão no ranking das 25 mais belas do planeta


Baía do Sancho, em Fernando de Noronha, foi eleita a melhor praia do mundo, de acordo com o site TripAdvisor.
Mais duas brasileiras ficaram entre as mais bonitas do planeta. Também levaram o título a Praia dos Carneiros, em Tamandaré (PE), e a Praia de Lopes Mendes, em Ilha Grande (RJ).
A pesquisa do site foi feita com os internautas durante 12 meses. O ranking elenca as 25 melhores do planeta.
A segunda praia mais linda do mundo pertence aos ingleses. Trata-se da praia Grace Bay, Providenciales, nas Ilhas Turcas e Caicos. Vizinho das Bahamas, o arquipélago de 40 ilhas é território britânico.
A terceira praia mais linda do mundo é a praia Flamenco, em Porto Rico. Veja o ranking logo abaixo.
1- Baía do Sancho, Fernando de Noronha (PE), Brasil
2- Grace Bay, Providenciales, Ilhas Turcas e Caicos – Reino Unido
3- Flamenco, Culebra, Porto Rico
4- Isola del Conigli, Sicília, Itália
5- Praia Whiteheaven, Austrália
6- Playa de Ses Illetes, Formentera, Espanha
7- Anse Lazio, Seychelles (arquipélago no Oceano índico)
8- Praia Lanikai, Havaí, EUA
9- Rhossilli Bay, Reino Unido
10- Praia Norte, Isla Mujeres, México
11- Paraíso Beach, Cuba
12- Praia dos Carneiros, Tamandaré (PE), Brasil
13- Lopes Mendes, Ilha Grande (RJ), Brasil
14- The Baths, Ilhas Virgens Britânicas
15- Praiade las Catedrales, Espanha
16- Ka’anapali Beach Lahaina, Havaí, EUA
17- Praia de Elafonissi, Elafonissi, Grécia
18- Cala Mariolu, Baunei, Itália
19- White Beach, Boracay, Visayas, Filipinas
20- Turquoise Bay Exmouth Exmouth, Austrália
21- Anse Source d’Argent, La Digue, Ilhas Seychelles
22- Cable Beach, Broome, Austrália
23- Playa Manuel Antonio, Parque Nacional Manuel Antonio, Costa Rica
24- Camp’s Bay Beach, Camps Bay, África do Sul
25- Radhanagar Beach, Ilha de Havelock, Andaman and Nicobar Islands
Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/03/praia-brasil-e-eleita-mais-bonita-mundo.html

quarta-feira, 19 de março de 2014

Imagem da Península Ibérica a noite

Agência espacial divulga imagem da Península Ibérica durante a noite

Foto permite apreciar o limite entre a Península Ibérica e o Marrocos, separados apenas por 'uma fina linha de escuridão', o Estreito de Gibraltar


A Agência Espacial Europeia divulgou nesta terça-feira, 11, uma fotografia tirada da Estação Espacial Internacional, a 400 quilômetros da Terra, que mostra a Península Ibérica durante a noite.
Madri é a zona com mais luz. A luminosidade da costa mediterrânea também se destaca, especialmente em Cartagena, Múrcia, Alicante e Valência e no litoral português, o que, segundo a agência, reflete a densidade populacional da região.
A agência destacou também que a imagem permite apreciar o limite entre a Península Ibérica e o Marrocos, separados apenas por "uma fina linha de escuridão", o Estreito de Gibraltar.
A fotografia, tirada no dia 6 de março, permite diferenciar os limites da atmosfera, a capa de ar que envolve e protege a Terra.

Fonte: http://m.estadao.com.br/noticias/vidae,agencia-espacial-divulga-imagem-da-peninsula-iberica-durante-a-noite,1139620,0.htm

Colaboração de Taiza Martins.

terça-feira, 18 de março de 2014

A importância do Bolsa-família

Tereza Campello: Estudos desmentem o mito do “Bolsa Preguiça”; combate à miséria vai além da transferência de renda

Ministra Tereza Campello

Três estudos incluídos num livro que faz o balanço dos dez anos do Bolsa Família desmentem o mito, espalhado por críticos do programa de transferência de renda, de que ele cria dependência e estimula a preguiça.

Programa Bolsa Família: uma década de inclusão e cidadania inclui 33 artigos de 66 técnicos. Segundo a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, gente qualificada e independente do governo federal.

Os estudos mencionados por ela demonstram que a taxa de ocupação dos que recebem o Bolsa Família é praticamente idêntico ao da população em geral: 75%.

Ou seja, trabalham tanto quanto os demais brasileiros.

Recentemente, o Viomundo publicou duas entrevistas de críticos à esquerda do Bolsa Família.

A professora Lena Lavinas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, analisou os programas de transferência de renda da América Latina.

Segundo ela, o Bolsa Família é mudança positiva, mas insuficiente.

Dentre outras coisas, Lavinas afirmou:

Aparentemente, há coisas muito estruturais faltando. A política fiscal, por exemplo, não tem nenhum impacto distributivo. O crescimento recente foi em grande parte lastreado em cima dos preços das commodities, o que facilitou muito certo tipo de gasto, que é a questão que eu coloco no artigo que você leu (da New Left Review). Outro fator de desenvolvimento da demanda interna foi a expansão do crédito. Acesso a crédito e tudo isso não é algo que no médio e longo prazo garanta uma sociedade mais igualitária. O dinheiro no Brasil continua muito caro. A taxa média de juros para as pessoas pobres, quando pegam crédito, é de 80% ao ano, um assalto! E ainda assim as pessoas pegam. Quando você vai comprar um carro à vista ou um carro a prazo, o preço é o mesmo. É uma vergonha.

Publicamos, também, uma entrevista com um dos mais importantes especialistas em trabalho no Brasil, o professor Ricardo Antunes, da Unicamp paulista.

Antunes disse que, ao contrário do que muitos dizem, ainda não acabou o gás do lulismo e que isso se deve ao Bolsa Família, que concorda ser “necessário”.

Mas Antunes cutucou:

O Bolsa Família pra mim é uma política assistencialista. Mais e pior do que assistencial. Não toca em nenhum elemento estrutural. Seria imprescindível fazer o Bolsa Família junto com questões estruturais da questão brasileira. Uma delas é vital, a questão da propriedade da terra. Reforma urbana! O Bolsa Família acabou se tornando um projeto assistencialista que minimiza uma tragédia, não enfrenta, tem consequências nefastas porque beneficia entre aspas quem não tem trabalho incentivando o não-trabalho e fazendo com que o que deveria ser um ponto de partida para enfrentar uma questão estrutural se tornasse o grande cabo eleitoral do PT. Ele não elimina a miséria! Não paga o custo dos cachorros das nossas classes médias, da classe dominante. Como ele é insuficiente e não resolve, o PT quer eternizá-lo. Tendo sempre o Bolsa Família a população olha o PT e diz “é ruim, mas nos dá o Bolsa Família”; olha o tucanato e diz “é insensível e vai acabar com o Bolsa Família”.

Por conta disso, abrimos espaço para que a ministra Tereza Campello polemizasse.

Segundo a titular do MDS, além de desmontar a tese do Bolsa Preguiça os estudos demonstraram também que não é verdade que quem recebe o Bolsa Família procura a informalidade. Na verdade, sustenta a ministra, as pessoas ficam na informalidade por causo do despreparo para ingressar no mercado de trabalho formal.

Campello disse que só há duas explicações para o fato de pessoas bem informadas repetirem as acusações desmontadas pelos estudos: motivos ideológicos dos que fazem oposição ao governo e “preconceito [contra os pobres], infelizmente”.

Na entrevista ao Viomundo [íntegra gravada, abaixo], Campello disse que nunca, nem no governo Lula, nem no governo Dilma, se afirmou que o Bolsa Família era a panaceia para todos os males do Brasil.

Porém, é o que tem impacto de forma mais rápida na qualidade de vida dos pobres. A partir dele, criou-se um cadastro único que permite o desenvolvimento de outros programas. Tereza Campello diz que há “dezenas” de iniciativas acopladas ao Bolsa Família.

Por exemplo, há alguns dias o governo Dilma cumpriu a meta de matricular um milhão de pessoas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que oferece cursos profissionalizantes de 400 horas que preparam de pedreiros a cuidadores de idosos. Ao todo, são ofertados 530 cursos.

Além disso, no atual governo foram construídas 500 mil cisternas, garantindo acesso à água de milhares de pessoas — dentre as quais há muitas cadastradas no Bolsa Família.

Segundo a ministra, o Brasil se tornou referência mundial.

Na semana passada, 40 técnicos de países africanos estavam no país para conhecer detalhes sobre o Bolsa Família. Nesta semana, o Banco Mundial promove no Brasil um seminário Sul-Sul sobre “seguridade social” com representantes de 50 países.

“Uma das coisas que eles falaram é isso, que o Brasil hoje não é mais um laboratório de políticas sociais, o Brasil é hoje uma universidade. Quem quiser aprender sobre políticas sociais tem que vir ao Brasil e aprender com a gente”, afirmou a ministra, que ouviu isso em Washington, quando esteve no Banco Mundial para comemorar os 10 anos do Bolsa Família.

Esta semana será inaugurada uma plataforma digital que tem o objetivo de ser espaço de troca de informações sobre programas de transferência de renda, World Without Poverty, parceria do MDS com Ipea, PNUD e Banco Mundial.

Aqui abro parênteses para dar testemunho pessoal sobre aspectos pouco considerados do Bolsa Família e de outras mudanças relativamente recentes no Brasil.

Em Cabrobó, Pernambuco, vi com meus próprios olhos a dinamização da economia local, que tem impacto especialmente no comércio. Por conta do Bolsa Família e de investimentos federais na região, dispararam as vendas de celulares e produtos de consumo da linha branca. Chegaram agências bancárias. A feira local se ampliou. Novos empregos foram criados.

O segundo aspecto, provavelmente relacionado ao aumento do poder de compra do salário mínimo, é mais difícil de mensurar. Nas minhas viagens pelo interior do Piauí e do Maranhão, vi muita gente que havia trocado a bicicleta e o jegue pela moto e se aventurava, tarde na vida, a conhecer a região. Uma guia que me atendeu em São Raimundo Nonato, no Piauí, tinha mais de 40 anos e pela primeira vez saia da cidade para viajar. Essa mobilidade geográfica simultânea de milhões de pessoas certamente tem impacto social e econômico ainda pouco avaliado.

Voltando à ministra, também perguntei a Tereza Campello sobre uma crítica consistente da direita, que fala sempre na necessidade de ampliar a “porta de saída” do Bolsa Família.

Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/tereza-campello-estudos-desmentem-o-mito-do-bolsa-preguica-combate-a-miseria-vai-alem-da-transferencia-de-renda.html

segunda-feira, 17 de março de 2014

Crimeia agora é russa!

Parlamento da Crimeia aprova adesão à Rússia e adota fuso horário e moeda de Moscou

Crimeanos comemoram em Sebastopol, a adesão à Rússia.

O Parlamento da Crimeia proclamou nesta segunda-feira a independência da península da Ucrânia e a nacionalização de todos os bens do Estado ucraniano em seu território, e pediu a união à Federação Russa.
Os 85 deputados aprovaram por unanimidade as medidas, após a vitória esmagadora (96,6%) dos partidários da adesão à Rússia em um referendo no domingo.
"A república da Crimeia pede às Nações Unidas e a todos os países do mundo seu reconhecimento como Estado independente", afirma o texto aprovado pelo Parlamento em Simferopol, capital do território.
"A Crimeia pede à Rússia que a aceite como um de seus membros", completa.
O documento afirma que as leis ucranianas não são mais aplicadas na Crimeia e que o governo de Kiev já não tem nenhuma autoridade sobre a península.
O primeiro-ministro da Crimeia, Serguei Axionov, anunciou uma alteração no fuso horário na península em 30 de março, que passará ao horário de Moscou (GMT+4), duas horas antes da hora de Kiev atualmente em vigor.
Anteriormente, Axionov havia anunciado que o período de transição de todas as instituições da Crimeia para a Rússia levaria pelo menos um ano.
O Parlamento anunciou ainda que o rublo é agora a moeda oficial da república separatista da Crimeia, mas a moeda ucraniana, a grivnia, poderá ser utilizada até 1º de janeiro de 2016.
Uma delegação do Parlamento da Crimeia viajará nesta segunda-feira a Moscou, onde o Parlamento russo pretende votar a integração da Crimeia à Federação Russa.
"Voamos para Moscou", anunciou Axionov no Twitter.
A nacionalização de todos os bens do Estado ucraniano na Crimeia pode incluir as bases militares cercadas desde o fim de fevereiro por civis pró-Moscou e soldados enviados pela Rússia.
No momento, o presidente do Parlamento da Crimeia, Volodimir Konstantinov, anunciou a dissolução de todas as unidades militares ucranianas com base na península.
"Aqueles (militares) que desejarem viver aqui poderão fazê-lo. Examinaremos a questão entre aqueles que prestarem juramento às novas autoridades", disse.
As autoridades de Simferopol indicaram antes do referendo que os soldados que desejarem permanecer leais a Kiev terão que abandonar a península. Os nascidos na Crimeia, depois de prestar juramento às novas autoridades, poderão continuar na região e incorporar-se ao exército russo.
Axionov escreveu no Twitter que pelo menos 500 soldados ucranianos teriam abandonado as bases na cidade portuária de Sebastopol, onde a Rússia mantém a base de sua frota do Mar Negro.
Para aumentar a tensão, o Parlamento ucraniano aprovou nesta segunda-feira a mobilização parcial das tropas para enfrentar a "ingerência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia".
No total, 275 deputados aprovaram a mobilização solicitada pelo presidente interino Olexander Turchynov em consequência do "agravamento da situação política no país (...) e da ingerência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia".
O ministro ucraniano da Defesa, Igor Teniukh, afirmou que as tropas do país permanecerão na Crimeia.
— Os militares mobilizados (na Crimeia) permanecerão no local — declarou o ministro durante uma entrevista coletiva.
Os deputados ucranianos também aprovaram a utilização de 6,9 bilhões de grivnias adicionais (530 milhões de euros) para garantir a capacidade de combate das Forças Armadas.
Trinta e três deputados não participaram na votação e nenhum votou contra a medida.
O referendo de domingo teve o apoio de 96,6% dos eleitores da península a esta adesão, em uma votação condenada pelos países ocidentais, que preparam novas sanções contra Moscou.
"Resultados definitivos do referendo -- 96,6% a favor!", escreveu o primeiro-ministro da Crimeia no Twitter.
O presidente interino da Ucrânia chamou o referendo de "grande farsa" decidida no Kremlin.
— A Rússia busca cobrir sua agressão na Crimeia com uma grande farsa chamada referendo, que jamais será reconhecida pela Ucrânia ou pelo mundo civilizado — declarou Turchynov aos deputados.
Um deputado do partido da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko ironizou "os resultados sensacionais" na Crimeia.
— Esperávamos 101%, levando em consideração a organização do referendo — declarou Mikola Tomenko durante a sessão parlamentar.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/mundo/noticia/2014/03/parlamento-da-crimeia-aprova-adesao-a-russia-e-adota-fuso-horario-e-moeda-de-moscou-4448577.html

quinta-feira, 13 de março de 2014

1964 - Golpe Midiático Civil-Militar

Juremir Machado examina papel da imprensa na ditadura brasileira



Pesquisador incansável e sempre esclarecedor de temas obscuros da história, da política e das biografias, Juremir Machado da Silva aproveita agora a efeméride dos 50 anos do golpe de 1964, para colocar um pouco mais de luz sobre o golpe que foi militar, mas teve um apoio civil e midiático incomum. O jornalista e escritor lança nesta quinta-feira, às 18h, o livro “1964 - Golpe Midiático Civil-Militar” (Sulina), no Espaço Cultural Correio do Povo "Andradas, 972”.

O livro examina o melancólico e lamentável papel da imprensa no parto do regime autoritário implantado no Brasil em 1964. No inventário da implantação da ditadura durante mais de 30 anos, um setor da sociedade ainda não foi para o banco dos réus: a mídia. “Eu não cobro da imprensa que não tivesse lado, mas ela ficou do lado errado. O lado certo era o respeito à Constituição e à lei”, afirma Juremir, lembrando que muitos jornalistas e veículos de comunicação voltaram atrás em seu apoio até 1968, quando da publicação do AI 5.

Conforme o autor, militares, torturadores, golpistas e a mídia se autoanistiaram e tentaram reescrever a história se proclamando anos depois como combatentes do regime. “O João Goulart não era um homem perfeito, mas estava fazendo as reformas agrária, urbana e política, que atingiam alguns interesses e jornalistas como Alberto Dines e Antonio Callado e veículos como Jornal do Brasil, Estadão e Correio da Manhã avalizaram o regime ditatorial”, conta o autor. A obra estará à disposição na loja do Correio do Povo, com desconto de 20% para assinantes. e detalhes pelo fone 3216-1600.

Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/ArteAgenda/?Noticia=520644

quarta-feira, 12 de março de 2014

Surpresa? Cidade dos E.U.A. pode deixar de existir por causa da corrupção

Cidade dos EUA pode deixar de existir por excesso de corrupção



Nos Estados Unidos, uma pequena cidade da Flórida pode sumir do mapa. O motivo é o excesso de corrupção.
Hampton, no estado da Flórida, é uma cidade bem pequena. Tem pouco menos de 500 habitantes, mas está metida em uma confusão gigante.
Tudo começou quando a prefeitura instalou radares pela rodovia que corta o município e os policiais passaram a distribuir multas com uma eficiência impressionante. A prática chamou a atenção de auditores do estado. Eles descobriram que em três anos, a cidade arrecadou o equivalente a R$ 1,3 milhão em multas, e ficaram ainda mais surpresos ao descobrir que o dinheiro tinha sumido.
Mas isso era só o começo. O cartão de crédito da prefeitura tem R$ 60 mil em despesas não comprovadas, e na loja de conveniência há uma dívida de quase R$ 300 mil.
Mas ninguém representa melhor a situação da cidade que Barry Moore, o prefeito de Hampton. Ele está preso, acusado de tráfico de drogas. E afirma: “Tenho que admitir. A cidade é administrada por trapaceiros ou idiotas, e parece que eu sou um deles”.
O Legislativo da Flórida deu um mês para a prefeitura apresentar uma solução para as finanças de Hampton. Caso contrário, a cidade poderá desaparecer do mapa e será anexada ao município vizinho.
Mas um ex-prefeito de Hampton, que tem o nome limpo, faz um apelo: “Se o governo salvou a indústria automobilística da crise, que salve a gente também. Não deixem a nossa cidade desaparecer”.
Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/03/cidade-dos-eua-pode-deixar-de-existir-por-excesso-de-corrupcao.html

terça-feira, 11 de março de 2014

Finlândia: a melhor educação do mundo

A melhor educação do mundo é 100% estatal, gratuita e universal


A Finlândia tem a melhor educação do mundo. Lá todas as crianças tem direito ao mesmo ensino, seja o filho do empresário ou o filho do garçom. Todas as escolas são públicas-estatais, eficientes, profissionalizadas. Todos os professores são servidores públicos, ganham bem e são estimulados e reconhecidos. Nas escolas há serviços de saúde e alimentação, tudo gratuito.
Na Finlândia a internet é um direito de todos.
A Finlândia se destaca em tecnologia mais do que os Estados Unidos da América.
Sim, na Finlândia se paga bastante impostos: 50% do PIB.
O país dá um banho nos Estados Unidos da América em matéria de educação e de não corrupção.
Na Finlândia se incentiva a colaboração, e não a competição.
Mas os neoliberais-gerenciais, privatistas, continuam a citar os EUA como modelo.
Difícil o Brasil chegar perto do modelo finlandês? Quase impossível. Mas qual modelo devemos perseguir? Com certeza não pode ser o da privatização.
Acaba de sair um levantamento sobre educação no mundo feito pela editora britânica que publica a revista Economist, a Pearson.
É um comparativo no qual foram incluídos países com dados confiáveis suficientes para que se pudesse fazer o estudo.
Você pode adivinhar em que lugar o Brasil ficou. Seria rebaixado, caso fosse um campeonato de futebol. Disputou a última colocação com o México e a Indonésia.
Surpresa? Dificilmente.
Assim como não existe surpresa no vencedor. De onde vem? Da Escandinávia, naturalmente – uma região quase utópica que vai se tornando um modelo para o mundo moderno.
Foi a Finlândia a vencedora. A Finlândia costuma ficar em primeiro ou segundo lugar nas competições internacionais de estudantes, nas quais as disciplinas testadas são compreensão e redação, matemática e ciências.
A mídia internacional tem coberto o assim chamado “fenômeno finlandês” com encanto e empenho. Educadores de todas as partes têm ido para lá para aprender o segredo.
Se alguém leu alguma reportagem na imprensa brasileira, ou soube de alguma autoridade da educação que tenha ido à Finlândia, favor notificar. Nada vi, e também aí não tenho o direito de me surpreender.

Algumas coisas básicas no sistema finlandês:
1) Todas as crianças têm direito ao mesmo ensino. Não importa se é o filho do premiê ou do porteiro.
2) Todas as escolas são públicas, e oferecem, além do ensino, serviços médicos e dentários, e também comida.
3) Os professores são extraídos dos 10% mais bem colocados entre os graduados.
4) As crianças têm um professor particular disponível para casos em que necessitem de reforço.
5) Nos primeiros anos de aprendizado, as crianças não são submetidas a nenhum teste.
6) Os alunos são instados a falar mais que os professores nas salas de aula. (Nos Estados Unidos, uma pesquisa mostrou que 85% do tempo numa sala é o professor que fala.)
Isto é uma amostra, apenas.
Claro que, para fazer isso, são necessários recursos. A carga tributária na Finlândia é de cerca de 50% do PIB. (No México, é 20%. No Brasil, 35%.)
Já escrevi várias vezes: os escandinavos formaram um consenso segundo o qual pagar impostos é o preço – módico – para ter uma sociedade harmoniosa.
Não é à toa que, também nas listas internacionais de satisfação, os escandinavos apareçam sistematicamente como as pessoas mais felizes do mundo.
Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/melhor-educacao-do-mundo-finlandia.html

segunda-feira, 10 de março de 2014

Três anos após a tragédia, vários problemas ainda cercam Fukushima

Três anos após a tragédia, vários problemas ainda cercam Fukushima

Usina teve três reatores danificados

Três anos depois do trágico acidente de Fukushima, que forçou uma mudança na política energética do Japão, a sala de controle da usina parece inalterada. Capacetes, máscaras e luvas jogados para todos os lados foram observados por repórteres que participaram na primeira visita ao local do pior acidente nuclear em gerações.

Nada nas instalações evidencia algum tipo de progresso nas tarefas de controle de danos depois que, no dia 11 de março de 2011, em decorrência de um terremoto e de um tsunami que atingiram o país, a usina foi invadida pela água, que cortou a luz e danificou reatores.

Sem saber dos riscos, funcionários tentaram reparar os danos por horas, até serem forçados a deixar o local.
Não muito longe dos reatores, ainda existe uma área proibida ao público, devido aos altos índices de radioatividade.
Milhares de pessoas trabalham diariamente para manter o local o mais seguro possível, construindo tanques para proteger a água contaminada. Os reatores que derreteram no acidente não podem ser reparados pelos próximos seis anos.

A companhia elétrica de Tóquio, TEPCO, que gerencia a usina, alertou que o espaço para conter a água contaminada está acabando, e que uma parte terá que ser lançada no mar, depois de eliminado o conteúdo mais tóxico.

A ideia foi criticada por pescadores locais, países vizinhos e grupos ambientalistas. Em 2013, a TEPCO anunciou que 300 toneladas de líquido radioativo vazaram, em um incidente que chamou a atenção para os problemas atuais
de Fukushima.

Governo pretende religar reatores
"O gerenciamento desse problema da água ainda não é satisfatório", afirmou Dale Klein, ex-presidente da Comissão Reguladora Nuclear dos Estados Unidos, e membro do comitê que supervisiona a desativação da usina.

Ele acrescenta que o ritmo de "quatro passos para frente e dois para trás" danificou a imagem da administração, já criticada depois do acidente que forçou dezenas de milhares das pessoas a deixar suas casas, possivelmente para sempre.

A crise levou ao fechamento dos 50 reatores nucleares do Japão, e ao crescimento de um sentimento antinuclear no país, que tem 128 milhões de habitantes e é a terceira maior economia do mundo.

No domingo, milhares de pessoas participaram de uma manifestação em Tóquio opondo-se à decisão do primeiro-ministro Shinzo Abe de religar usinas nucleares.

Abe reiterou nesta segunda-feira que qualquer reator que possa ser usado em segurança vai ser utilizado, alterando a política anunciada pelo governo anterior de tornar o Japão um país livre de energia nuclear até 2040.

"O primeiro-ministro Abe e a indústria nuclear esperam que a população do Japão e do mundo vai esquecer as vítimas e as terríveis lições de Fukushima, e pretendem religar reatores antigos e perigosos", criticou Junichi Sato, diretor-executivo do Greepeace no Japão.

"O que precisamos esquecer é um sistema energético dependente de tecnologias velhas, sujas e perigosas, como combustíveis fósseis e nucleares", acrescentou. 

O governo reduziu projetos de energia solar e eólicas, mas essas fontes alternativas ainda devem representar uma pequena porção da matriz energética japonesa.

O acidente também afetou o comércio exterior do Japão, que teve que importar combustíveis para suprir a perda da energia nuclear, que já foi responsável por um quarto da matriz do país, em um cenário de desvalorização do iene.

Também há a preocupação de que, investindo mais em combustíveis fósseis, o país não cumpra as metas de que reduzir as emissões de gás carbônico.

Fonte:http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=520426